As pequenas mancadas do dia a dia começam a ficar insuportáveis. Na maioria das vezes, o casal quer fazer muito pela familia, ou um deles acha que está bom do jeito que está e o outro acha que é pouco, pois ficar contando moedinha pra pagar conta de luz no fim do mês é o "fim da picada". Geralmente é a mulher quem fica aporrinhada de ter que contar moedinha pra pagar a conta, enquanto o distinto cavalheiro acha tudo as mil maravilhas.
Como dizer que a mulher está errada em querer mais e melhor para a familia, que inclui também a respeitável máquina de roncos que dorme ao seu lado toda noite? Dá pra dizer MESMO que ela esteja errada?
Só que a mulher, cansada de ficar contando moedinha, cansada de ser maltratada em casa - e não precisam ser maltratos físicos, não; maltratos psicológicos sutis como o camarada ignorar totalmente as queixas dela, as sugestões dela, ser tratada como uma burra já bastam pra esfriar até o sol, o que dirá um Ser Humano - resolve virar a mesa, pedir divórcio, jogar pela janela as tralhas do futuro ex-maridão. Outras, se vivendo em outra localidade que não seja seu país natal, percebem a total cilada em que caíram. Como são estrangeiras no país natal do ex-marido, não possuem a menor chance de terem seus Direitos respeitados.
O oposto também ocorre? Em alguns casos excepcionais, sim.
Não sei em que condições foi o divórcio de Martin Boyle e Mara Rezende. O fato é que a Mara tem uma baita bronca dele e, como ocorreu no caso do Ricardo Costa, o Boyle já passou uma temporada fazendo turismo numa cadeia Brasileira.
Quem está certo, quem está errado, não sei mesmo. Se a história da Mara fosse conhecida, daria para pesar os dois lados. Mas tem a Rebeca, que tem um pai adotivo, tem meio-irmãos e toda uma vida no interior de São Paulo.
E o que diremos do caso da Gabriela, filha da Brasileira Claudia Dias de Carvalho e do libanês Pedro Boutros? A Claudia, já divorciada do pai da Gabi, permitiu que a menina passasse o fim de semana com o pai - GUARDA COMPARTILHADA. Quando deu por sí, a menina já estava no Líbano.
De fato, este texto é para a REBECA REZENDE. Se SÁ ou se BOYLE, não importa, ela continua sendo a mesma garota. E, se esperta que penso que é, vai pegar a ideia a seguir.
Rebeca,
Não estamos aqui de advogados nem do Martin, nem da sua mãe, nem do seu padrasto. Portanto, desarme o espírito e continue lendo.
Você já está grandinha, muito provavelmente, já fez vestibular e está cursando faculdade. Meus parabéns! Alguém que ingressa numa faculdade pode - e DEVE - pensar por sí mesma, para deglutir muitas das patacoadas que os professores universitários querem nos fazer engolir com casca e tudo; professores da escolinha maternal ou da faculdade não são os donos da razão e do saber. Quem vai decidir o que é certo ou o que é errado naquele monte de teorias jogadas em cima das cabeças dos alunos, são os... ALUNOS!
E a mesma tese pode ser aplicada na sua vida: ou você deve conhecer a história do casamento de sua mãe com o Martin Boyle através do que sua mãe te contou, ou ter deixado a vida acontecer um dia atrás do outro. Se você agiu assim, está na hora de parar um pouquinho de "cuidar só da sua vida e dos seus cadernos de escola" e se dar uma chance para conhecer o seu pai gringo. Que tal?
O que aconteceu entre o Martin e a Mara, são águas passadas e não dizem respeito a ninguém, só a eles DOIS. Nem ao seu padrasto, que deve lhe dar apoio e carinho (assim espero!) diz respeito. Se eles não gostarem da ideia de você se encontrando com o Boyle, azar o deles. Quantas coisas que você deve ter feito na vida e eles NÃO gostaram? Um piercing, a escolha da faculdade, a escolha do curso, esta ou aquela amiga, um namorado... nossa, menina! Quando nós somos adolescentes, a gente apronta muitas, e muitas vezes, em segredo.
Quando eu era adolescente, se os meus pais soubessem de tudo o que eu fiz de bagunça na velha São Paulo da década de 80, não haveria escova ou pente que abaixasse os cabelos deles! Alguns pequenos exemplos das minhas aventuras: show do Nick Cave no Projeto SP numa quinta-feira tarde da noite, aos 16 anos; show dos Ratos de Porão no Britânia (e meus pais achavam que eu estava estudando Física naquela mesma hora na casa de uma amiga - só se for a Física de cadeiras voando!); gazetear escola para visitar o Museu da Imagem e do Som... veja, eu não estou incitando ninguém a ter uma adolescência como a minha, ainda mais que com toda a violência de hoje em dia. O que fiz e aprontei foi durante a década de 80. Mas algumas microscópicas transgressões à algumas regras rígidas dos pais são sempre boas experiências, seja para rolar de gargalhar no futuro, seja para saber o que foi bom ou foi ruim, seja para consertar uma situação exdrúxula em que nos colocaram sem que pudéssemos dizer "ei, espera aí! Pode colocar tudo de volta no lugar, meu chapa!". Sinceridade? Este é o seu caso.
É, digamos que você é do tipo CDF. Bacana. Curso de Medicina. Mas está na hora de saber mais sobre si mesma, de onde veio, se do lado da familia do Martin não tem ninguém com doenças genéticas. Curiosidade mórbida, mas curiosidade, ué?! A Mara não pode te impedir de querer saber se você corre o risco de ter Síndrome de Hodgkins e outras síndromes. Quebre as regras, pois você já tem idade para isso!
Mais vale dois pais na mão do que um voando, menina. Pode ser que o Martin Boyle seja um cara engraçado, bacana, com algumas coisas interessantes para compartilhar com você e, pode ser também que ele seja o inglês mais chato do mundo. Só quem vai poder decidir se ele é isso ou aquilo é você.
Um abraço grande.
Para Martin Boyle:
Tá, você já deve conhecer a "má fama" deste blog, através do BSH. Leia o texto inteiro antes de descer pedra na gente e perceberá que apoiamos a sua filha Rebeca e damos força para ela procurar você.
Ninguém aqui é contra os pais, nem somos um bando de feministas ensandecidas. Somos contra a feroz manipulação da imprensa no "Caso Sean", contra o Brasil ser tratado como um quintalzinho dos EUA (e de qualquer outro país) onde dois irresponsáveis ceifam 154 vidas e contra um rapaz passar pelo mesmo que você já passou, com um agravante: ele está na cadeia nos EUA por crimes que não cometeu, há quase MIL (1,000) dias!
Se a sua filha o procurar, ainda mais que agora você está no Twitter, por favor: não faça com os outros o que VOCÊ NEM SABE se fizeram com você. Deixe a menina guiar a conversa, não tente se impor como "O pai". Se você aparecer como "um novo amigo", as chances de você conquistar uma importantíssima posição na vida dela serão imensas. Como foi escrito em dada parte deste texto: os 16 anos sem a sua filha, são águas passadas. Olhe agora só para o futuro - mas sem querer entrar de sola na vida dela. Dificil, mas você vai ter que segurar a sua onda para ser, antes de pai, O amigo.
Boa sorte pra você.
Eu fico impressionada com um bando de brasileiras que vive no exterior. Simplesmente, lavam as maos...Por uma razao muito simples: o sapato ainda nao lhe apertou. Brasileiro é assim...só pensa no próprio umbigo.
ResponderExcluirEU DESAFIO UMA BRASILEIRA...A MAIOR, MENOR, O QUE FOR...ELA PODE TER O CURSO SUPERIOR, TER TIDO FORTALEZA ANTES...UMA VEZ, NO E XTERIOR, A COISA MUDA DE FIGURA...
ELA NAO TEM VOZ....DIANTE DOS CONFLITOS FAMILIARES, FELIZ É AQUELA QUE DERRUBA O PAU DA BARRACA...TEM MILAHRES DELAS QUE ADORARIA SER UMA BRUNA BIANCHI
DIAS FELIZES