Em janeiro de 2009 eu tomei conhecimento, através de uma rede social na Internet, de uma estória estranhíssima: um pai estrangeiro estava lutando pela guarda de seu filho Brasileiro, SEQUESTRADO pela mãe Brasileira e pelo padrasto também Brasileiro. Não obstante tamanha injustiça, ainda por cima, os dois estavam proibindo a divulgação do caso pela imprensa Brasileira.
Eu, que sou democrata desde que nascí, escandalizei-me com a história - a princípio - e tratei de entrar no website indicado pelo participante do forum, onde estava lá toda a história do pai estrangeiro. Ocorre que eu não me limitei a apenas ler a história lacrimogênica do pai estrangeiro; fui fuçando o bem contruido website
do pai e descobrí um ponto muito, mas muito estranho no website dele: uma lojinha virtual, onde eram vendidos artigos variados, como canecas, camisetas e até avental de cozinha - todos estampados com o rostinho meigo do menino. Como até o meu computador é multi tarefa (ô, pelo menos isso, lindão!), abri outra tela do navegador
e procurei no Google o nome do pai somado ao nome da revista que queria quebrar a barreira de censura imposta pelo padrasto - aquela altura, já sabia que a mãe do menino era falecida.
Ocorre que através da busca no Google, soube que não era em vão a censura: havia um processo correndo na Justiça do Estado do Rio de Janeiro e, como tal, fora pedido o "Segredo de Justiça", um remédio Jurídico tão Legal e reconhecido pela CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL promulgada em 1988, quanto o Hábeas
Corpus e o Hábeas Data. Então, estava assim explicado o motivo pela qual não podia ser divulgado o caso: segredo de Justiça em um mero caso de Vara de Familia do Estado do Rio de Janeiro. Não se discute mais isso!
Porém, a revista foi em frente e, na sequencia, a Rede Record de Televisão... o estrangeiro chamado DAVID GOLDMAN (e seus asseclas), não reconhecendo que este país é um país livre e soberano, que conta com Três Poderes legalmente constituídos (existe o quarto poder, sim, o quarto poder constituído por alguns indivíduos
que se regalam "no quanto pior, melhor", não reconhecem Leis, não reconhecem ordem a não ser a do seus bolsos) foi escancarando a história, no melhor estilo "lavar roupa suja em público". Naquela altura dos acontecimentos, já estava correndo na Justiça, na a enxurrada jurídica provocada por uma batalha pela guarda do menino
S.R.B.R.C.G.(*). Em março de 2009, os amigos dos familiares de S. organizaram um protesto pedindo a manutenção dele neste país e que ele fosse ouvido. Saíram da porta do hotel onde comumente o pai biológico de S. se hospedava (um caríssimo hotel cinco estrelas) quando estava no Rio de Janeiro. Todo mundo de branco, com faixas brancas, pedindo para que S. tivesse sua vontade ouvida.
Nos meses que se passaram, realmente eu não tive maiores informações sobre o caso, mesmo por quê, eu tenho a minha vida para cuidar... mas, em julho, novamente o caso veio a tona e soube que a Justiça havia dado 24 horas para que o menino fosse entregue ao pai biológico. Se não falha a memória, quase na mesma época uma entrevista veiculada pela REDE GLOBO DE TELEVISÃO deu às duas partes
envolvidas o mesmo tempo para se explicarem. Comparando os modos e trejeitos de uma parte - o pai biológico e da avó materna, D. SILVANA BIANCHI, pude perceber que, podia realmente parafrasear aquela fala de Hamlet
"Há algo de podre no Reino da Dinamarca". E Havia: o pai, com suas sobrancelhas estudadamente alteadas, o pulo de surpresa, esquivando-se de responder determinadas perguntas, contrastava com o coração aberto da avó, com o rosto de quem estava realmente sofrendo não só com toda aquela falação em torno de sua vida e família, mas
com o risco de perder o neto, tão pouco tempo após ter perdido a filha dela, mãe daquele menino.
Foi assim que passei a acreditar nas palavras de D. Silvana Bianchi e família: o contraste entre a verdade constrangida que eles passam com os jeitinhos estudados do pai biológico me incomodaram profundamente. Ele parece um participante de reality show; alguém diz para ele via ponto eletrônico "chora agora!" e ele chora; "levanta as sombrancelhas e pula de susto!" e ele faz o que lhe foi mandado. Queria que as minhas cacatuas fossem tão bem adestradas. Acho que vou chamar os advog..., digo, o Dr. Pet!
Dali para frente, passei a entrar mais em foruns que discutissem o assunto. Descobri que o website do web-pai, digo, do pai biológico, disparava mensagens contando a mesma história lacrimogênica e que era a mesma que estava sendo divulgada pelo website (provavelmente eu também recebi, mas deve ter ficado na caixa de spam,
juntinho com as inúmeras promoções de Viagra, produtos importados da China....) e que todos que defendem o pai parecem uma seita fanática de adoração a ele. Sejam Americanos, sejam Brasileiros, sejam marcianos, não importa, todos são fanáticos por ele, parecem torcedores fanáticos de dado time em final de campeonato
espanhol. Não questionam por que um homem saudável, na flor da idade, ficava em casa o dia todo sem fazer nada enquanto a esposa Brasileira, estrangeira no país dele, passava seus dias trabalhando para pagar as contas de casa; não questionam por que ele ficou quatro anos sem visitar o filho; não questionam por que um homem sem
profissão, sem maiores laços com o país dele e que por anos viveu indo de um lado do outro do Oceano Atlantico - afinal, foi na Itália onde ele conheceu a ex-esposa Brasileira e mãe de seu filho - não podia simplesmente fazer as malas e ir morar no país onde seu filho estava vivendo, já que em 2009 ele estava dispensando tanta
força para conseguir a guarda dele e o levar para fora do Brasil.
Já do lado dos Brasileiros diretamente ligados ao litígio, poucas palavras, senão, o silêncio. Aliás, ninguém para os apoiá-los, para formar blogs a fim de divulgar a história da vida privada deles SEGUNDO eles. Se o pai biológico seguia ao pé da letra os comandos dos seus advogados (entre eles uma firma de advocacia
paulistana), o familiares cariocas seguiam as instruções de seus advogados, dos psicólogos e, sobretudo, dos seus corações. Os familiares de S. queriam que ele seguisse sua vidinha normalmente - ou o mais normalmente o possível diante dessa devassa da vida deles para o grande público -, como um menino normal que já carregava nas costas o trauma de uma perda irreparavel, a morte prematura e estúpida da mãe dele, BRUNA BIANCHI, aos 34 anos.
Eventualmente, com um pouco de atenção, fui construindo este quebra-cabeça para ter certeza de que, cada vez que me pegasse em desagradáveis embates de posts nos fóruns eletrônicos, eu estaria defendendo alguém que
valesse a pena defender. Percebí então, que aquele dito "quem cala, consente" não se aplica a esta família, nunca. Eles se calaram por que a mídia, a exemplo dos fanáticos, estava HIPNOTIZADA pelas alteadas de sombrancelha do GOLDMAN e a mídia pouco queria dar atenção ao que eles diziam; eles se calaram para poder propiciar a S. uma vida "normal" (que parente zeloso não faria isso também diante de tamanha confusão?) e torná-lo o mais isento o possível para que, no momento certo, ele pudesse exprimir seu real desejo, onde é que ele queria ficar. Eles querem que S. seja ouvido por quem de direito - o Tribunal - para que ele diga com quem quer ficar, mas, com a certeza de que o menino quer é mesmo ficar ao lado da irmã caçula, com os avós, com o padrasto que o consolou no enterro da mãe, advogados e enturage de GOLDMAN trataram de amordaçar juridicamente o menino, aproveitando-se de que ele é uma CRIANÇA e dos buracos jurídicos. Os meses se passando...
Enfim, após o Hábeas Corpus concedido pelo Ministro do STF, Marco Aurélio Mello assegurando a manutenção de S.no Brasil para ser ouvido, veio a determinação do Presidente do STF e juiz de plantão no periodo antes do natal de 2009, Gilmar Mendes: S. deveria ser entregue no dia 24/12, até o meio-dia, na porta do Consulado dos EUA no Rio de Janeiro.
E S., de camiseta da Seleção Brasileira, na tarde que deveria ser alegre e festiva tanto para mim quanto para os Bianchi Carneiro Ribeiro e os Lins e Silva, seguiu para os EUA em um jatinho fretado pela rede de televisão NBC, a quem DAVID GEORGE GOLDMAN, pai biológico do menino, VENDEU direitos sobre a história que não envolvia
apenas ele e o seu filho, mas também a Familia de S., a memória da mãe de S.
E de quebra, só para fazer um pesinho a mais na bagagem, mais uma vez a moral da Justiça Brasileira foi posta em dúvida - poxa, um Presidente de STF fazendo plantão SÓ para julgar um caso de VARA DE FAMILIA enquanto tantos processos estão mofando nas
estantes da Justiça Brasileira???
É, faz-me rir!
A gente $abe qual é o $inônimo para "fa$-me rir" no Bra$il, doutor Gilmar Mende$!
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