sábado, 29 de maio de 2010

A luta da avó de Sean

De: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/24/a-luta-da-avo-de-sean/

FÁBIO GRELLET

DO RIO

O advogado Carlos Nicodemus afirma que o Brasil vai encaminhar pedido ao governo norte-americano para que interceda no caso Sean Goldman, permitindo à família brasileira que visite o garoto. Sean foi levado para os Estados Unidos pelo pai, David Goldman, em 24 de dezembro, por ordem judicial. Nicodemus representa a família brasileira.

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, órgão do governo federal que recebeu o pedido da família brasileira para interceder no caso, não se manifesta sobre o caso.

Segundo Silvana Bianchi, avó de Sean, desde 2 de março a família brasileira não consegue nenhum contato com o garoto. Ele completa dez anos amanhã, dia 25, e pode passar o aniversário sem falar com os parentes brasileiros.

De acordo com Nicodemus, o pedido para que o governo interceda foi apresentado à secretaria há duas semanas. “O documento foi baseado na Convenção de Haia e demonstra que a falta de contato com a família brasileira pode prejudicar a formação de Sean”, diz Nicodemus. Conforme o advogado, o órgão entendeu que o pedido é justo e agora vai encaminhá-lo ao governo norte-americano.

“Espero que os Estados Unidos tenham o mesmo entendimento quando ao pedido, e então o governo de lá vai tomar as providências para que seja permitido o acesso a Sean”, diz o advogado, que estima em um mês e meio o período necessário para a tramitação do pedido. “Espero que, nesse prazo, a família brasileira de Sean esteja visitando o garoto nos Estados Unidos”, diz.

Entenda o caso

Sean foi trazido para o Brasil em 2004 pela mãe, a estilista brasileira Bruna Bianchi, com autorização do pai, o norte-americano David Goldman, com quem ela era casada. A visita seria a passeio, mas Bruna decidiu não voltar mais aos Estados Unidos, e o menino permaneceu no Brasil.

David passou então a brigar judicialmente pela guarda do filho. A disputa se agravou com a morte de Bruna, em 2008, durante o segundo parto. Desde então, a guarda de Sean foi disputada por David e João Paulo Lins e Silva, segundo marido de Bruna e padrasto do menino.

Em dezembro passado, a Justiça brasileira determinou que Sean fosse entregue ao pai, o que ocorreu no dia 24 daquele mês. Desde então, a família brasileira nunca mais o viu, diz Silvana Bianchi. A avó de Sean conta que só conversou quatro vezes com o neto, por telefone, e nas duas últimas precisou se expressar em inglês, por determinação do pai da criança.

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“O documento foi baseado na Convenção de Haia e demonstra que a falta de contato com a família brasileira pode prejudicar a formação de Sean”


Por acaso o Dave está preocupado com a formação do filho? Se estivesse, ele teria resolvido o divórcio com a Bruna de forma amigável, teria se mudado para o Rio de Janeiro com as tralhinhas dele numa boa e teria tido todo acesso possível ao filho!

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